A Ascensão e Legado do Fallen Angel no Metal Candango

Show histórico na concha acústica do parque da cidade 1987

A banda Fallen Angel é um marco na história do heavy metal brasiliense. Formada em 1986, durante a efervescência cultural e musical de Brasília, a banda destacou-se como uma das pioneiras do metal candango, explorando temas em português e trazendo sonoridades pesadas e densas que logo conquistaram fãs locais e nacionais. Originalmente batizada como “Anjo Caído”, o grupo teve que mudar seu nome após descobrir a existência de outra banda brasileira com o mesmo nome, adotando o internacionalizado “Fallen Angel”. Essa mudança de nome não foi um simples ajuste, mas um indicativo do desejo de se posicionar como uma banda que transcendia fronteiras e dialogava com a cena do metal mundial, ainda que enraizada no coração do Brasil.

A formação original contava com Henrique Behr (Alemão) nos vocais, Rodrigo Bulhões no baixo, Helder Bomfim na bateria, e Alexandre Parente e Fejão nas guitarras. Juntos, eles deram vida ao som pesado e autêntico que marcaria a trajetória da banda. Em 1986, ano de sua formação, o Fallen Angel já estava nos palcos, participando de eventos importantes como a “Feira de Música” no Teatro Galpãozinho e o “Rock Halley” em Alexânia, Goiás. No ano seguinte, seguiram para apresentações de destaque no projeto “Rampa Sonora” no Parque da Cidade, Gran Circolar, Circus Show, e o “Rock In Brasília”, evento da Secretaria de Cultura do Distrito Federal. Cada show consolidava a banda como uma força inovadora na cena musical de Brasília e preparava o terreno para o metal brasileiro que ganhava força naquele período.

1987 foi um ano decisivo para o Fallen Angel. Com shows impactantes, a banda se tornou referência e foi eleita “Banda Revelação de 1987” pelo Jornal de Brasília, por meio do voto popular na campanha “Seu voto dá Rock”. As apresentações do grupo, que incluíram locais como o FLAAC (Festival Latino-Americano de Arte e Cultura) na Universidade de Brasília e em Goiânia, lotaram os espaços e energizaram o público com um som que, até então, era raro nas bandas do DF. Em uma fase de expansão, a banda chegou ao Rio de Janeiro, onde se apresentou em locais icônicos como o Circo Voador, Teatro Ipanema (abrindo para o lendário Made in Brazil) e Espaço Cultural Sérgio Porto, no projeto “5 Verões no Rio”. A música “Fallen Angel”, do seu demo, tocou nas rádios do Rio, incluindo a influente Fluminense FM, ampliando a visibilidade da banda no cenário nacional.

O reconhecimento da banda foi além do público; ela recebeu destaque nos principais jornais locais, como o Correio Braziliense, e na mídia nacional, com menções em veículos renomados como O Globo e Jornal do Brasil, além da revista especializada Metal. Essa repercussão evidenciava a importância do Fallen Angel para a consolidação do heavy metal em Brasília e posicionava a capital federal no mapa do metal brasileiro.

A história da banda chegou a um fim em 1988, mas o impacto do Fallen Angel nunca se apagou. Em 2009, a banda participou do DVD “DF Metal”, que resgatou a história do metal brasiliense e homenageou o guitarrista Fejão, falecido em 1996. No mesmo ano, a banda voltou aos palcos, tocando na 11ª edição do Festival Porão do Rock, um dos principais eventos de rock da cidade, realizado na Esplanada dos Ministérios. Em 2010, o grupo participou de eventos como o Marreco’s Fest e o FERROCK, reafirmando seu legado e sua influência na cena musical local. A última apresentação da banda foi em dezembro de 2011, no Cult 22 Rock Bar, durante o Festival Cult 22 – 20 Anos.

O Fallen Angel deixou um legado que transcende a música. Seu pioneirismo e coragem de explorar o heavy metal em uma Brasília que, na época, ainda estava consolidando sua identidade musical, inspiraram gerações de músicos e consolidaram o gênero na capital.

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