Por Thiago “Barbosa Osvaldo” é guitarrista das bandas Terror Revolucionário e Possuído pelo Cão
Mais uma noite no Alquimia Taberna Bar. Show organizado à distância pela Estelita Produções. Achei a divulgação bem mais ou menos, e confesso que estava na dúvida se daria um bom público. DFC tinha tocado no domingo anterior de graça no eixão. Poucas horas antes chegou um comentário que haviam vendido 200 ingressos antecipados. Fiquei de cara. Catei um ingresso com o Philippe e fomos juntos, mais o Marcel e o camarada Júnior.
O caminho para chegar no Alquimia continua horrível. Buraqueira do caralho, escuridão, lama. O bar já estava cheio. Naquela parte externa o povo trocando ideia, fumando um cigarro, bebendo. Novidade no Alquimia: agora vendem uma cerveja diferente. Isso foi muito comemorado pelos frequentadores, que agora tem uma outra opção. Encontrei vários amigos: Pinguin, junto de seu sobrinho Bernardo acompanhado de sua namorada, Márcio Brazlândia, Phú, Terginaldo Xinelo, Lauro Saul de Paracatu, Pompermaier e Giovanna, Pedro, Estevam, Marcão Flesh in Nails, Mônica Podrera, Caio ex Minhocas. Gilvany comandando sua banquinha Mancha Negra Produções. Carlinhos Mercearia levou parte do backline e ajudava as bandas no palco. Danilo Gordinho alugou os PAs e operava o som. Atende muito bem os PAs dele, por sinal. Phú ficou doido com o posicionamento das caixas, na frente do palco e tampando a visão. Será que teria outro jeito?
Alquimia continua naquela pegada suja, muito suja e underground. Os banheiros carniça exalavam seu fedor à distância. Quando abriam a porta, e dava aquela abanada no vento, a catinga apavorava o ambiente. Hugo, o proprietário, era só sorrisos de um lado pro outro, com sua casa cheia. Como eu gosto desse lugar. Um dos meus locais preferidos atualmente.
21h32 começa o Kidsgrace. Show muito empolgante, galera na frente já agitando bastante, som chegava massa na frente. Quem ainda não conhecia, achou do caralho. Banda tá muito massa, dialoga muito com a moçada nova. Kidsgrace tem tocado bastante nesse ano e cativando a galera por onde passam. Set certeiro de 26 minutos.
Produção segurou um pouco pro DFC começar. Casa ficou lotada. Quando começaram a tocar o galpão já estava tomado de gente. Miguel com sua guitarra aguda que só o caralho. Só clássicos do hardcore brasiliense. Mais de 30 anos de estrada. Foda ver como a banda atrai tanta gente e consegue renovar seu público. Uma molecada cantando todos os sons. Nos refrões era foda ver a galera gritando. Principalmente nos palavrões, que enchem os pulmões para xingar com vontade. Show muito foda e animado. Se eu contei certo foram 35 sons, em 35 minutos.
Surra em 15 minutos após o término do DFC já estava pronto no palco. Vieram divulgando seu novo disco Falha Crítica. Fiquei muito impressionado com o público que esperava ansiosamente pela banda. Galera se expremia na frente do palco. O som que a banda arrancou tava um absurdo. O timbre de guitarra do Léo estava fudido demais. Um dos melhores timbres de guitarra que já vi por aí. E como esse moleque toca pra caralho. Puta merda. E ainda canta rápido pra cacete. Dos melhores guitarristas que tem por aí. Ele tem um métrica meio raimundos no jeito de cantar rápido, tal qual fazia muito bem o Rodolfo. Goste ou não, há de se reconhecer que é muito rápido e nada fácil cantar assim. Ainda mais tocar e cantar. A banda toda é muito afiada. Vi o show na beira do palco e fui testemunha que fizeram um show fodaço, em 45 minutos. Saíram do palco aclamados pela galera.