DEICIDE – BEHEMOTH – NIDHOGG
21/09/2025 – Toinha Brasil Show – Brasília/DF
Por Thiago “Barbosa Osvaldo”
Que a produtora Liberation tem os ingressos dos mais caros nesse ramo, já não é novidade pra ninguém.
Chegamos na área do Toinha, eu e o Marcel, e encontramos na frente da casa o Riti (baterista do Moretools). Logo depois avistei o Julião e fui lá conversar com ele, que estava junto do David Koss (Nightmare Slaughter). Julião, rockeiro pré histórico e técnico do time Velhus Decreptus, não tinha comprado o ingresso antecipado e descobriu que na bilheteria o ingresso pista comum estava sendo vendido por 350 reais. Pelo jeito ele desistiu, pois não o encontrei mais depois.
Paguei 240 pilas no antecipado no esquema coiote sem taxa de inconveniência. Canis Lupus, Thiago Biano e Fabio Brayner já estavam tomando uma esperando o momento para entrar.
Entrei pra ver a primeira banda, marcada para 19h. Nidhogg, banda polonesa, que deve ter sido empurrada no pacote do booking, junto do Behemoth.
Alessandro (batera do sensacional Orgy of Flies) estava lá também, e disse que era sua primeira vez em shows pelo Toinha.
Aquele merchandise caro de praxe, e um público razoável esperando começar a primeira banda. 19h01 soltam a intro, luzes apagadas e surge lá o Nidhogg, banda no qual nunca tinha ouvido falar, com um vocalista patola naipe Doyle do Misfits, sem camisa e cheio de graxa espalhada pelo corpo, parecendo que passou por dentro do compartimento de motor de caminhão ali pelo SOF SUL, e parecia muito um canibal desses filmes modernos, com umas trancinhas e cacarecos pendurados. O som era uma doidera com influência de black metal, ora arrastado, depois meteram uma música mais pegada thrash no final. Tocaram por 40 min. No final o cara vestiu uma camisa da seleção brasileira falsificada, e declarou seu amor ao Sepultura. Ficamos rindo da desgraça que seria pra camareira limpar a cama e o banheiro todo sujo de tinta preta.
Glen Benton foi o primeiro a aparecer no palco. Chegou até a dar uns sorrisos e distribuir palhetas antes do show, encima do palco, enquanto a própria banda, sem frescura nenhuma e com apoio de alguns roadies preparavam seus equipamentos. Inclusive a bateria e grande parte dos pratos foi dividida com a banda de abertura. E por ali mesmo ficaram e começaram a tocar, sem firulas e sem introdução. Iniciaram o show às 20h02. Death Metal bruto, carroceiraço. O som tava perfeito. Glen Benton velho, ensapado gordão com já 58 anos, deixou de cumprir aquela lendária promessa há 25 anos atrás, e continua detonando o mais bruto e cru Death Metal junto de seu parceiro e original batera, que arregaçou tudo no auge dos seus 55 anos de idade. Fiquei pensando: “até quando esses caras vão aguentar tocar esse tipo de som com essa qualidade?”
A dupla de guitarristas mandou muito bem.
O público reagiu bem e delirou assistindo a esse massacre sem piedade. Glen Benton só se comunicou pra anunciar a última música. 55 min de show. Um atropelo!
Achei melhor esse show do que da primeira vez em janeiro de 2009 quando tocaram no Lions Club em Taguatinga.
Vários conhecidos estavam lá também. Frajola, Lary, Ademir, Adelcio, Aline, Michele, Darlise, Marcinho, Gustavo Rosa, Gabriel Teikal. Umas 50 pessoas vieram de Goiânia. Marcão do Zeugma, grande apreciador da barulheira estava lá. Na área aberta, pessoas fumavam seus cigarros. No final ainda encontrei o grande camarada Guilherme e tiramos uma foto juntos.
A arrumação do palco do Behemoth foi ligeira. Bateria enorme, com dois bumbos, vários tons e muitos pratos. Nada de amplificadores pelo palco, diferente das duas primeiras bandas.
Encontrei o Jean, que trabalha na equipe da Liberation, e perguntei pra ele quantas pessoas viajavam nessa tour, entre membros das bandas e equipe técnica, e ele me disse: 30 pessoas. É gente pra caralho! Imagina a logística pra viajar com esse tanto de gente e equipamentos. Talvez justifique o valor do ingresso ser tão alto. Uma produção dessas com certeza tem um valor muito alto.
E a casa tava cheia, mas assim, uns 70% da lotação talvez. Bem menos do que quando o Behemoth tocou em 2022 junto do Arch Enemy, que ali sim estava lotado.
Dois minutos de antecipação, às 21h28, luzes apagadas, introdução e surge Nergal Behemoth e sua banda. O som perfeito, com a combinação de uma grande iluminação, faz parecer uma peça teatral satânica moderna. O show do Behemoth é muito assim teatral. Muito bem feito. Confesso que nunca me interessei em ouvir um disco inteiro da banda. Começa a rodar e logo passo pra outra coisa. O show é massa, o público gosta e se entretem bastante. Nergal, como disse a amiga Aline, tem uma performance meio Ney Matogrosso (coitado do Ney! hahaha), com muita expressão corporal cheio de caras e bocas e constante troca de figurino, abusa do praticável elevado na frente do palco e se agiganta ao instigar seu público. Ele sabe muito bem o que faz. Banda foda, não é atoa que são das maiores na atualidade.
Encontrei a Ludmila Gaudad encantada com o show.
1h20 aproximadamente de tempo total de show.
Valeu a pena, principalmente pelo fudido show que o Deicide fez!