
POSSUÍDO PELO CÃO
FORTALEZA/CE
16/05/2025
Por Thiago “Barbosa Osvaldo”
Fotos: Joaquim Santos e arquivo pessoal da banda e dos amigos envolvidos
Uma aparição do Possuído pelo Cão pelo Nordeste tinha que acontecer um dia. Tínhamos essa dívida com a galera do nordeste que sempre apoiou e curtiu a banda e finalmente surgiu a oportunidade da melhor forma possível.
Quinta-feira 15/05/2025. Precisávamos fazer um ensaio, já que a banda não está ativa, e ainda teria um cover novo no set list. Música que jamais tocamos na vida e fomos se preparar apenas na véspera dos shows. Mais pra frente eu conto qual música é… Júlio vinha de Goiânia. Ele disse que até chegou rápido em Brasília, mas depois pegou um trânsito infernal e acabou atrasando. Eu saí direto do trabalho com mochila e guitarra para o ensaio e fui o primeiro a chegar. Tinha muitos anos que eu não ia a um estúdio na asa norte. Estúdio Sinal Music na badalada comercial da quadra 408 norte, cheia de bares e reduto boêmio da cidade.
Logo o Júlio conseguiu chegar. Os caras foram aparecendo e fomos afiando os instrumentos para passar o set list. Set list do tipo pra animar baile de festa crossover thrash. Tem uma música especial pra cada pessoa que assistiria e se identifica com esse estilo. Ensaio rápido e único em estúdio, só pra relembrar os sons antigos e treinar os novos covers.
Tulio me deu carona após o ensaio até o metrô na Asa Sul. Era ir pra casa e arrumar as coisas pra estar cedo no dia seguinte no aeroporto. Tulio Swanker foi quem preparou um cronograma impecável com todas as informações de horários dos voos, localizadores, hotéis e demais deslocamentos. Ele foi o grande responsável por agilizar essa mini tour DFC e PPC, com muito cuidado e capricho.
Sexta-feira 16/05/2025.
Deixamos os meninos na escola e a Paulinha foi me deixar no aeroporto.
Todos chegaram no horário combinado, sem problemas. Voo tranquilo para Fortaleza. Chegando no aeroporto, rapidamente uma van nos buscou e essa mesma estaria disponível durante o resto do dia para seguir o cronograma do evento.
Casas e prédios públicos pintados na cor rosa salmão eram vistos por toda cidade. Tive a impressão, pelo menos do local por onde passamos, ali mais pela região central, da cidade estar meio abandonada. Hotel Belém, naquele naipe das hospedagens que arrumamos por SP. Simples, mas que nos atende muito bem. Dividi o quarto com o Júlio, que visitava a região nordeste pela primeira vez.
Pra não perder tempo e aproveitar um pouco a cidade, catamos uns ubers e fomos curtir uma praia ali próxima. Até o local da praia era meio abandonado. Tempo meio nublado, mas tava massa demais. Pés na areia, tomar uma caipirinha. Fredvan, Poney e Júlio arriscaram um mergulho.
Sentamos na barraca simples do Jhon Jhon, um jovem correria que saiu de Rondônia e que já morou em Taguatinga (perto da praça do bicalho) e no Parque da Barragem. O cara foi gente fina e até sentou com a gente para curtição dos jovens grunges.
Estávamos com fome. No cardápio do Jhon Jhon tinha refeição, mas pela simplicidade das barracas naquela praia, que não tinham grande estrutura, ele aciona um restaurante próximo para fazer a entrega. Pedimos uma refeição com peixe assado que na descrição daria para 4 pessoas. Quando o peixe e as guarnições chegaram, o principal era um peixe pequeno e sapecado, que mal dava pra uma pessoa. O jeito foi encher o bucho com o que tinha e mandamos bronca no baião de dois, segurando as marmitas para não voarem com a ventania. Pelo menos a caipirinha do cara era muito boa. Água de coco por 5 reais na praia tava bom demais. Já o rango foi caro pra caralho. 200 conto. Turista se lasca!
Nosso camarada Fernando JFL apareceu na praia pra encontrar a gente e ficar trocando ideia. Foi massa. E enquanto a comida não chegava eu aproveitei pra achar um contato de casa de fogos e fazer a encomenda de fumaça vermelha que chegou no hotel no horário combinado via entregador. Na saída da praia, aproveitei para pentear o cabelo numa barraca que tinha um espelho e um pente amarrado. O tempo ia fechando. Foi só entrar no uber para voltar ao hotel que caiu um pé d’água cabuloso.
A gente tinha combinado uma passagem de som que na verdade serviria pra dar uma última relembrada nas músicas. Saímos do hotel com muita chuva, chegamos no local com muita chuva. Casarão Benfica fica há menos de 10 min do hotel Belém. Tem uma entrada escura, acessa o espaço do show por um beco corredor e chega no local que lembra o quintal de uma casa, com a parte onde fica o palco ao fundo. Com exceção do palco e de uma pequena cobertura onde havia exposição de camisetas pelo Emídio, perto do bar, o restante da área é toda descoberta. Chovia muito ainda. No palco a equipe do som cobria os equipamentos com lona. Renato, o técnico de som, é um típico cearense figuraça, gente fina e muito engraçado.
Fizemos um breve ensaio, ops, passagem de som, deixamos os instrumentos na salinha cheia de bagunça ao lado e voltamos pro hotel. Faltava uma hora pro início do show, a chuva estava ficando mais fraca e não tinha um rockeiro sequer perto do casarão. Se a chuva continuasse, não seria bom e provavelmente muita gente desistiria de ir ao show.
Juntamos as bandas no horário marcado, e voltamos pro casarão. Sem chuva e com gente na porta. Bom sinal. Na entrada já encontramos o Elton do Damn Youth e rolava um som que mais parecia um som mecânico perfeito na execução vindo lá do palco, e que na verdade era a primeira banda da noite, tributo ao Death, que já tocava pra um bom número de pessoas. Tava ficando massa. Galera chegando e a casa enchendo. Fabrício Lord Chapinha, o produtor do evento, nos recebeu muito bem e nos deu fichas de cerveja. Tulio descolou uma mesa e montou banquinha de merchandise. Ficamos por ali, conversando, vendo a galera bebendo, fumando e se divertindo. Conheci um garoto bem novinho que usava um boné do DRI e estava acompanhado por seu pai metaleiro.
Essa era minha segunda visita à Fortaleza. A primeira tinha ocorrido em julho de 2007, quando pude ficar por quase uma semana e fizemos dois shows com o Terror Revolucionário. Naquela ocasião fizemos boas amizades e foi maravilhoso reencontrar várias pessoas legais como o Eduardo Vomitorium, Ivo, Joaquim, Camila, Mônica, Macarrão, Coquim. Entreguei o pacote pra amiga do Marcel, a Liz. Reencontrei o Júnior, que lembrou da vez que passamos o dia na praia junto de uma galera em 2007. Momentos massa demais. Conheci o Juninho do Faixa de Gaza, o Matheus que usava uma camisa manga longa tóra do PPC, o Henrique que fez contato no dia anterior atrás de uma camiseta do Terror Revolucionário e viajou 6h pra chegar no show em Fortaleza. Fernando JFL tava lá. Vai ser foda ver o Cätärro em agosto. Ítalo, arromba sangue bom (integrante do Damn Youth, Echoes of Death e Caixão).
Damn Youth foi a próxima banda. A casa já tava muito cheia e o público aguardava o show com sede de circle pit e pra tacar fogo no mosh. Elton tem as manha de conduzir a banda e atiçar a galera pro pogo. Foi animal o show, com rockeiro lançando fumaça e sinalizador no ar. O local era aberto, e ficava massa fazer essas loucuras. O público de Fortaleza é muito doido e gosta de agitar.
Não chegou a ter lotação máxima, mas devia tá quase. Fila para o banheiro, que tinha apenas um vaso e um mictório que tinha a baia bem apertada e precisava fazer uma manobra pra conseguir dar uma mijada.
DFC se arrumava no palco para despejar cerca de 45 insultos em forma de música. Foram recebidos com muita invasão no palco e insanidade pelo público cearense, que entoava em voz alta os cânticos evangélicos da igreja quadrangular do triângulo redondo com ênfase nos inúmeros palavrões regidos por Tulio. Fredvan, batera, camarada gente fina, já faz parte do DFC há uns 6 anos.
Tava um calor dos diabos no momento em que maníacos por toda cidade espalhavam-se cada vez mais, nada mais seria como antes depois do ataque full speed thrashcore. A fumaça vermelha ocupava o palco enquanto a macabra canção Abominable Dr. Phibes atormentava a população local. Habemus Possuído pelo Cão. A fagulha que o Damn Youth acendeu teria poder de fogo até os últimos resquícios dos decibéis emanados pelas potentes caixas de som naquela noite. O som caótico no palco não foi problema para seguir a marcha do cão que especialmente e para surpresa dos bangers e punks presentes foi emendada com grande parte do torpedo Electric Eye do Judas Priest, em sua primeira aparição no set list do Possuído pelo Cão. O disco Possessed in the Circle Pit tocado em quase sua totalidade, junto de vários sons propícios para animar uma festa para os apreciadores do crossover entre metal e hardcore. Iron Maiden, Suicidal Tendencies, Bad Brains, Cryptic Slaughter. Tava tudo lá. Fazia tanto calor e eu suava tanto que estava difícil segurar a palheta, pra ter noção, do tanto que escorregava.
Foi uma farra gostosa e animada. Nossa primeira vez no nordeste, e que massa que começou por Fortaleza. Reencontrar Ivo e Joaquim, desde a última vez que estivemos juntos em 2008 quando eles vieram ao cerrado e levaram o Vingança pro Caga-Sangue Thrash, no qual tive a honra de ser o guitarrista convidado em três shows (Conic, Goiânia e Parque da Barragem), foi sensacional e fez valer mais ainda estar vivendo aquele momento. Obrigado pelo encontro, camaradas!
Poney ainda teve gás pra dar uma volta com os amigos e amigas e foram em algum bar. Eu tava esgotado e fui descansar um pouco.

RECIFE/PE
Por Thiago “Barbosa Osvaldo”
Fotos: Arquivo pessoal das pessoas envolvidas
Sábado, 17/05/2025.
Tinha combinado com o Fredvan, Júlio e o Tulio que acordaríamos cedo pra ir até a praia do Futuro. E assim fizemos. Coloquei o despertador para 6h40, fui na rua pra ver como estava o dia. O cara da recepção do hotel Belém disse que tinha parado de chover fazia pouco tempo. Estava nublado, mas dava pra encarar uma praia. Tomamos café da manhã e fomos de uber até a praia, distante meia hora do hotel. O motora foi gente boa e largou a gente num ponto muito bom. Barracas gigantescas, que tem até piscina e enorme estrutura. Tínhamos duas horas pra curtir a praia. O sol surgiu maravilhoso. Maior parte do tempo fiquei tomando banho no mar que nem menino. Fredvan é parceiro de praia e curte da mesma forma também. E tava bom demais. Mar agitado, com ondas, do jeito que eu gosto. Tulio e Júlio ficaram apreciando os drinks e a onda boa que é estar na praia. Até entrevista para o jornal local o Tulio participou dando sua opinião sobre paramotores na área da praia do futuro. Houveram acidentes recentes na região.
Na volta, um trânsito do cacete pra chegar no centro. Tinha um semáforo com o sinal vermelho à cada 100 metros. Restou 5 min pra arrumar as coisas e pegar a van pro aeroporto. Léo e Miguel já aguardavam na van. Amigos inseparáveis, engraçados e doidos. Fico admirado com a lealdade ao DFC por todos esses anos. Foco no DFC e dane-se o resto.
Acesso rápido ao aeroporto de Fortaleza. Despacho de bagagens e um bom tempo livre para almoçar sossegado. O embarque seria apenas por volta de 13h30. O gringo húngaro conhecido do Tulio que foi no show na noite anterior, apareceu e viajou com a gente no mesmo voo, rumo ao Recife. Colou com a gente no show depois.
Chegando no Recife, uma van rapidamente nos buscou e fomos direto pra pousada Casuarinas, pertinho da praia de Boa Viagem. Pousada meio rústica, com área aberta com árvores e plantas no centro, e uma piscina na entrada. Dessa vez dividi o quarto com o Lucca. Na sala da recepção da pousada tinha um gringo, Adriano o nome dele, que diz ser de Toscana/Itália. O cara começou a contar umas histórias sobre música e as andanças dele pela Europa e o Lucca ficou doido com o cara. O bicho presenciou vários shows foda com músicos absurdos de jazz e de rock também. A lista era enorme. Fomos para o quarto, e enquanto a gente descansava um pouco, ouvimos do pátio os caras do Surra juntos do Poney e do Tulio trocando ideia. Galera massa. Depois a gente desceu do apto pra ficar ouvindo histórias da rapaziada.
Às 19h chegou a van para buscar as bandas Possuído pelo Cão e Surra na pousada. Demos risadas quando alguém relembrou o fatídico episódio que cagaram na pia do banheiro do Moto Rock Bar em Taguatinga/DF. Acontecimento absurdo que foi bastante lembrado durante a noite. Rapidamente chegamos no Estelita, onde já tocava a banda Arquivo Morto. João, o produtor do Recife Mosh Trip e patrão do Estelita, foi nos receber e foi ponta firme em todos os momentos que estivemos por Recife. Eu conheci esse espaço, Estelita, quando fui no Recife em 2015, e na ocasião estava junto do camarada punk Adriano Onairda. Acontece que a casa ficou ainda melhor. Climatização nos ambientes, ventilador no banheiro, lugar para deixar a bebida acima do mictório, pequena arquibancada no fundo da área onde rolam os shows, palco com tamanho e altura massa, cortina na frente do palco pra banda se preparar e manter o clima surpresa.
Logo na entrada tem uma área externa onde o figura Cássio da Patch Custom lá de Toritama/PE montou sua banquinha. Cigarros foram tragados nesse espaço. Nessa noite conhecemos pessoalmente (digo eu, Poney, Lucca e Júlio) o Flávio Piolho, um dos fundadores do BSB-H, que há muitos anos mora em Natal/RN. Passamos dois dias encontrando com o Piolho, indo na praia, no show, almoçando e trocando ideia. Foi muito foda esse contato e nova amizade. Encontramos o André Pinga depois de muitos anos, desde que saiu antes da pandemia para fazer uma tour pelo Nordeste com a banda Malicious Intent e nunca mais voltou. Pinga foi firmeza demais com a gente.
A área exclusiva para as bandas, com camarim e banheiro estava com uma recepção 5 estrelas para todos envolvidos, como eu nunca havia presenciado. O cuidado, atenção, simpatia e carinho da gerente Dri é fora de série. A todo instante ela verificava se precisava repor bebidas (cerveja, água, refri, até energético tinha à disposição) e comidas diversas (petiscos madness, salgadinhos, pães, sanduíches, frutas, chocolates, balinhas). Nunca fui tão bem recebido como (anti) músico assim num lugar como essa noite no Estelita. Um colaborador de tempos em tempos verificava a limpeza nos banheiros e jogava bom ar pelos cantos. Nunca vi nada igual. Tratamento tipo de rockstar. Mas que nada, sabemos muito bem o nosso lugar. Mas não é por isso que não soubemos aproveitar tudo o que nos foi oferecido. Muito obrigado produção do Estelita, por tanta atenção e carinho!
O João me disse que o local tem a capacidade para 386 pessoas. Tamanho muito bom, vários ambientes e muita atenção nos detalhes. Consultei o João se poderíamos usar as fumaças no início do show do Possuído. Ele prontamente arrumou uma solução e disse que poderia abrir o teto do salão para ficar com parte ao ar livre e que assim não teria problemas. Que maravilha de lugar!
Pegamos o show completo do Rabujos. Banda grind do Recife. Bateria, guitarra e vocal. Barulheira infernal, banda formada em 1994. Veteranos da cena underground recifense.
Depois veio o Zefirina Bomba (João Pessoa/PB). Banda antiga e que já girou muito por vários cantos do mundo. Som doido com influências de grunge, punk rock, hardcore e muito garage rock doido, tocado com um violão véio distorcido por esse trio muito louco. Eu achei o baixista com cara de conhecido. Depois do show, fui conversar com ele e não é que eu conheci mesmo esse maluco. É o Edy, que morou no DF no final dos anos 90 e foi baixista do Capim Seco, banda que tocava meu comparsa Samuel da RVC Music, loja que trabalhamos juntos no Conic durante os anos de 1998/1999. Peguei carona com o Edy uma vez, no seu novíssimo Ford Ka modelo 1998, que tinha o banco traseiro pequeno e apertadásso. Fomos jogar bola no parque da cidade após o expediente, junto do Victor Ribeiro e dos caras do Capim Seco. Viajamos no tempo com essas lembranças. Edy voltou para a Paraíba e nunca mais tive notícias.
Surra no palco. Juntou muita gente pra curtir o show deles, cantando vários sons junto da banda. Galera de Recife gosta muito deles e foi um dos momentos que mais aglomeraram pessoas para curtir uma banda no festival Recife Mosh Trip. Baixo tava muito alto e estalado. Certa pausa pra trocar uma corda quebrada e muitos sons no set list. Show longo, cerca de uma hora de duração. Léo, Victor e Guilherme foram muito firmeza e companheiros nessa grande noite.
Coube ao Possuído pelo Cão ser a última banda. Ralamos um tanto para equalizar o som nos monitores, e quando tudo estava no jeito, o João soltou a Abominable Dr. Phibes, o teto do espaço foi aberto para dar entrada ao olho de thundera, as cortinas foram abertas e a fumaça vermelha espalhava-se pelo ambiente. A marcha do cão puxou o início da bagaceira, seguida de Electric Eye. Por cerca de uns 40 min tocamos de tudo que combinamos, a execução dos sons foi muito massa. Subliminal do Suicidal funciona bem demais ao vivo. Seguramos um tanto o refrão em Too Fast to Die até o Tulio conseguir troca a corda do baixo que estourou. Teve um momento que deu problema no pedal do bumbo também. E teve momentos que o Poney estava pendurado na armação do teto, quando levantado pelo público. Foi massa ver a galera gritar o nome do Todo Duro, quando lembrei da minha viagem ao Recife em 2015 para assistir a luta do século entre Luciano Todo Duro e Reginaldo Holyfield, a maior rivalidade do boxe brasileiro.
Domingo, 18/05/2025.
Júlio voltou ainda pela manhã direto para Goiânia. Parte da galera queria curtir o dia, e após o café da manhã na pousada, fomos a pé caminhar pela orla de Boa Viagem. Apesar do mar impróprio para banho por conta do risco de ataques de tubarões, a orla da praia é muito bonita, com muitas pessoas caminhando pelo calçadão e praticando exercícios, quadras de esportes e pistas de skate em alguns pontos. Fazia um sol massa, e fomos caminhando até um ponto para encontrar o Flávio Piolho. Achamos uma barraca massa com promoção nos drinks onde degustamos deliciosas caipirinhas como os sabores tangerina com maracujá e de limão siciliano. Promoção no combo da heneiken também. Tulio aproveitou para comer umas ostras e uma lagosta que apareceu sendo oferecida pelos ambulantes na praia. Praia movimentada. Só molhei os pés. Uns corajosos tomavam banho numa boa. Uma chuvinha apareceu por umas 4 vezes e ia embora. Banheiros públicos gratuitos em pontos da orla, novos e bem cuidados.
André Pinga tinha combinado um almoço no bar do 13. Perto de 14h fomos pra lá eu, Poney, Lucca e Piolho. Catamos um uber e fomos lá pra região central. Em meio a prédios antigos, fica o bar do 13, de propriedade do Max, amigo do Pinga, que nos ofereceu um almoço típico nordestino, com carne de sol, feijão de corda e macaxeira. O almoço tava delicioso. Valeu demais, Max! Na TV do bar aquele clássico show do Venom em 1985. Bar pequeno, com as mesas na calçada, típico bar rockeiro, com som rolando. Colaram vários caras como o Gauss lá de Natal, e o Igor, que trampa no Darkside Estúdio. Igor sempre questionava nos anúncios dos poucos shows, que o Possuído pelo Cão só aparecia por São Paulo e nunca rolava no nordeste. Tava certo ele. E finalmente rolou e fomos lá tocar pra alegria desse camarada.
O Pinga era só alegria. O bicho mora no prédio onde fica o bar do 13. Contou lendas urbanas da região como a assombração da Galega de Santo Amaro, no qual ele quer contar essas histórias em sua nova banda.
Quando deu 17h tínhamos que voltar pra pousada, pois a volta para Brasília minha e do Poney seria ainda nessa noite. Catamos um uber, deixamos o Piolho no hotel dele, voltamos pra pousada e ainda aproveitamos o final da tarde na piscina. Tinha uma van disponível pra levar a gente no aeroporto. No caminho, fazendo o check in, descobrimos que jogaram nossa volta para o dia seguinte, segunda-feira. Só nos restou ir até o balcão da Azul e reclamar. Não teve jeito. Trocaram por uma aeronave menor o voo de domingo à noite para Brasília e nos deixaram pro dia seguinte. O que conseguimos foi um voucher cala boca para utilizar na própria azul e um voucher alimentação. A produção do show no Recife nos arrumou mais uma noite na pousada, o João nos buscou no aeroporto e nos levou pro Estelita, onde tocariam o Facada, Paura e DFC. O jeito foi avisar o chefe no trabalho e a família que só estaríamos de volta na segunda-feira à noite.
Casa cheia, domingo, segundo dia do Recife Mosh Trip. Chegando lá encontramos o Thiago Satyr, Pinga, Igor, Piolho. Pulseira de acesso ao camarim e o mesmo tratamento da noite anterior. Comida, bebida, shows. Vi o final do show do Plugins. Finalmente encontramos os camaradas do Facada. Carlos James, Danyel e Vicente, que fizeram um show desgraçado como sempre. Conheci pessoalmente o Tuca, organizador do Hellcife Extreme. O bicho participou, bem empolgado, cantando um som com o Facada. Conheci também a Pri que contou várias histórias do Kurt Brecht do D.R.I. em suas visitas pelo Recife.
Depois vieram o Paura e o DFC. Paura fez um grande show, público participando. E o DFC parecia que estava em casa, despejando seus vários sons e hits de sucesso. Povo subindo no palco, cantando os sons. Assisti o DFC na beira do palco, e foi massa demais presenciar o carinho e respeito que o público do Recife tem por eles. Eu já tava cansado pra caramba, e com sinais de que ficaria detonado. Catei minhas coisas no carro do João e voltei na van com as bandas para a pousada.
Segunda-feira, 19/05/2025.
Acordei com o Lucca partindo para João Pessoa/PB. Eu tava doente, e mal conseguia falar. Depois desci pro café da manhã já quase no último instante. A dona da pousada disse que faltava mais um hóspede que só chegava para o café no último minuto todos os dias. Era o italiano, que contou mais várias histórias sobre suas viagens nesses mais de 30 anos que mora no Brasil. O cara disse que tem uma pousada no litoral paraibano, mas esqueci o nome do vilarejo. A piscina que combinei com o Poney acabou nem rolando, pois ambos estavam baqueados. Descansei até meio dia, horário que combinamos ir para o aeroporto. Descolei um remédio com a dona da Pousada, pegamos um uber com um motora gente boa, que curtiu muito a cena recifense anos 90 e teve até uma banda de rock progressivo. Era baixista, o cabra.
Poney e sua mochila rosa estilo pedreiro bom de serviço. Almoçamos com o voucher que a Azul deu pra gente e mofamos algumas horas até iniciar o enrolado embarque de volta para Brasília. Voltamos nos tremendo durante o voo, com febre e calafrios. No desembarque encontramos o Grilo, que voltava de São Paulo onde foi pegar os últimos shows do Detestation pelo Brasil. Elisa buscou o Poney, e me deu carona até o metrô na Asa Sul. Finalmente consegui chegar em casa e matar a saudade da minha família.