




OBSCURE HELL
Vazio (SP), Vultos Vocíferos e Murderess
Infinu 506 Sul – Brasília/DF
01/06/2025
Por Thiago “Barbosa Osvaldo”
Fotos: Poney Ramos, Jeffer Hellmatismo e arquivo pessoal
Aproveitei a gratuidade do transporte público aos domingos e fui de metrô até a Asa Sul. Gratuito, porém com intervalo gigante entre as viagens. Devia ter acabado de passar o metrô, e tive que esperar quase meia hora. Matinê no Infinu no domingo é bom demais. Começa cedo e termina cedo. O local é muito massa, bom espaço na pista e com um mezanino, onde fica o camarim para as bandas. O palco é pequeno, mas a banda se ajeita e se adapta. Desci na estação 106 Sul, onde fica o Cine Brasília, 10 min de caminhada e já chega no Infinu. Ainda encontrei o Adalberto na subida até a W3 Sul.
Já tocava o Murderess. Colaborei na curadoria e divulgação do evento, organizado pelo Debulhator, que me concedeu uma cortesia. Descobri que estavam tocando a segunda música. Salão estava com bastante gente até. Banda que vem despontando e tocando bastante nos últimos meses. Tinham tocado no dia anterior num evento gratuito no Recanto das Emas. Banda com 3 garotas (Claudia, Jazz Kaipora e Clarissa) + o batera Pedro, tocando Death Metal. Lançaram recente um clipe onde algumas cenas foram tomadas no bar da Ivonete que fica na 507 Sul. Merecem todo apoio e respeito. Que sigam firmes com vida longa à banda nessa jornada do subterrâneo.
Vários amigos e conhecidos espalhados. Na área externa, o povo bebia, fumava, comprava uma pizza e trocava ideia. Hery, Alice, Poney, Capaça, Yarlles, Sugão, Luana, Luiz, Juliano e seus meninos. Foi massa reencontrar o Luydson. Tempão que não via esse camarada. Jeffer, Jôsefer, Xupita Pé de Camelo, Jacque, Gilvany. Debulha no visú bicheiro, fumando um cigarro tranquilo, curtindo o movimento e feliz com o sucesso do evento. Ainda encontrei a Thaís, Frajola, Lary, Albert, Joilson, Mancha, Italo Guardieiro. Os donos de bares como o Jeff do Barkowski e o Hugo do Alquimia. E muito mais gente entre rockeiros novos e da velha guarda.
Vultos Vocíferos não tocava fazia dois anos. Tubão (ex Fecaloide) não aliviou, arregaçou no visual sinistro corpse paint carregado, sangue, spikes e correntes. Assim que era o esperado. Baal moendo tudo com sua guitarra estridente cuspindo riffs assassinos e insanos com muita propriedade, sem deixar de lado a carroceiragem que dá o toque maldito que o estilo pede. Satyr estreou no baixo e combinou muito bem com a banda. O batera é o mesmo do Murderess. No palco, Vultos Vocíferos proporciona uma grande tortura diabólica, com Tubão blasfemando e invocando satanás. Achei foda ver a bandeira Palestina estendida no retorno.
No intervalo dos shows, a área externa muito cheia, com mesas lotadas. Merchandise das bandas, banquinha do Gilvany e toda movimentação paralela ao show que o Infinu promove.
Debulha atendeu às preces dos demônios e foi sagaz em descolar pelo menos um amplificador bom e potente para a guitarra. Fez toda diferença para a apresentação das bandas. O atraso de uns 30 min para começar o show poderia comprometer todo o andamento do evento.
Vazio subiu ao palco já passando do limite. Até que se ajeitaram rapidamente, regularam bem o som no palco e o que saiu depois nos PAs estava um absurdo. Renato Gimenez (ex Social Chaos, ex Armagedom, e vários outros projetos), incorpora uma entidade e comanda o ritual Vazio com maestria e performance hipnótica, junto de seus companheiros que executam perfeitamente as músicas, intercaladas com algumas intervenções de samplers macabros que preenchem e criam uma atmosfera sinistra. Depois do show, fui sacar como funciona e eles mostraram o pedal que aciona esse loop. Nilson – baixista (ex Nuclear Frost), quem crava esse efeito muito bem sincronizado com os sons. Muito foda e faz toda diferença na apresentação. Daniel (ex Social Chaos) arregaça na bateria. Tá uma máquina esse bicho. O Eric teve que ligar sua guitarra em linha, mas funcionou muito bem. Showzasso em 45 minutos intensos. Acho que agradou muito quem estava lá. Foi a terceira vez que assisti, e sempre me impressionam.
Na volta desci no caminho para o metrô e ainda fui detonar um dog da igrejinha no caminho.